Novo estudo mostrou que a terapia de ativação comportamental é tão eficaz quanto os medicamentos antidepressivos no tratamento dos sintomas de depressão em pacientes com insuficiência cardíaca.
A insuficiência cardíaca é uma condição em que o coração não consegue bombear sangue suficiente para o corpo, causando fadiga, falta de ar, inchaço nas pernas e outros problemas. A depressão é um transtorno mental que afeta o humor, os pensamentos e o comportamento de uma pessoa, causando tristeza, desesperança, perda de interesse, culpa e outros sintomas.
Ambas as condições podem afetar negativamente a qualidade de vida e a saúde dos pacientes. Estima-se que cerca de 20% dos pacientes com insuficiência cardíaca tenham depressão maior, e até 50% tenham sintomas depressivos. Além disso, a depressão é um fator de risco para o desenvolvimento e a piora da insuficiência cardíaca, e vice-versa.
O estudo, publicado na revista científica JAMA Network Open em 2022, acompanhou mais de 400 pacientes com insuficiência cardíaca e depressão por um ano, dividindo-os aleatoriamente em dois grupos: um que recebeu gerenciamento de medicação antidepressiva e outro que participou de terapia de ativação comportamental.
A terapia de ativação comportamental é uma forma de psicoterapia baseada em evidências que visa aumentar o envolvimento dos pacientes em atividades prazerosas e significativas, reduzindo assim os sintomas depressivos. A terapia de ativação comportamental é baseada na ideia de que a depressão é causada por um ciclo de inatividade, isolamento e pensamentos negativos.
Os medicamentos antidepressivos são medicamentos que atuam no cérebro para alterar o equilíbrio de substâncias químicas chamadas neurotransmissores, que estão envolvidas no humor e nas emoções. Os medicamentos antidepressivos mais comuns são os inibidores seletivos da recaptação de serotonina (ISRS), como a fluoxetina e a sertralina, que aumentam a disponibilidade de serotonina no cérebro.
Os pesquisadores descobriram que não houve diferença estatisticamente significativa entre a eficácia dos dois métodos, com cada grupo de pacientes experimentando uma redução de mais de 50% na gravidade dos sintomas depressivos.
“O achado mais importante aqui é que os pacientes que sofrem de depressão têm uma escolha em termos de seu tratamento entre terapia ou medicamentos,” disse Waguih W. IsHak, MD, vice-presidente de Educação e Pesquisa do Departamento de Psiquiatria e Neurociências Comportamentais do Cedars-Sinai e primeiro autor do estudo.
“Os pacientes que preferem não tomar medicamentos podem fazer terapia de ativação comportamental com resultados semelhantes.”
Os pesquisadores ressaltam que tanto a terapia de ativação comportamental quanto os medicamentos antidepressivos têm vantagens e desvantagens, e que a escolha do tratamento deve ser feita em conjunto com o médico, levando em conta as preferências, as necessidades e as condições de cada paciente.
Eles também destacam que o estudo tem algumas limitações, como o fato de que os pacientes foram recrutados de um único centro médico, o que pode limitar a generalização dos resultados para outras populações. Além disso, o estudo não avaliou os efeitos dos tratamentos sobre a função cardíaca, os eventos cardiovasculares, a mortalidade ou os custos de saúde.
Os pesquisadores esperam que o estudo contribua para o avanço do conhecimento e da prática clínica no tratamento da depressão em pacientes com insuficiência cardíaca, uma população que muitas vezes não recebe a atenção adequada para sua saúde mental.
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