A pandemia de COVID-19 e a subsequente ascensão do trabalho remoto transformaram o cenário urbano e residencial dos EUA e de muitos países, inclusive o Brasil.
Uma análise recente da ADP (ADP Research Institute) revelou que as cidades mais caras estão se tornando cada vez mais povoadas por gestores, enquanto os trabalhadores de linha de frente estão se deslocando para áreas mais acessíveis.
O estudo introduziu o “índice de liderança”, uma métrica que compara a proporção de gestores versus trabalhadores de linha de frente em áreas metropolitanas. Desde o início da pandemia, cidades com custos de moradia elevados, como São Francisco, Seattle, Los Angeles, Boston, Washington, D.C., e Nova York, registraram aumentos significativos nesse índice.
A mudança é atribuída ao fato de que muitos gestores preferem manter-se próximos aos centros de decisão, enquanto os trabalhadores não gerenciais podem exercer suas funções remotamente de locais com custo de vida mais baixo. Isso levou ao surgimento de “cidades secundárias”, consideradas opções metropolitanas mais acessíveis.
Além disso, a tendência de trabalhar remotamente fez com que os trabalhadores vivessem, em média, a 27 milhas de distância de seus empregos, com cerca de 5% vivendo a mais de 50 milhas de distância. Essa dispersão geográfica apresenta desafios para as políticas de retorno ao escritório e tem implicações significativas para o mercado imobiliário e a economia local.
Especialistas alertam que, se essa tendência continuar, eventualmente apenas gestores altamente remunerados poderão se dar ao luxo de viver em cidades caras, alterando a dinâmica de negócios e a diversidade de mão de obra nessas áreas.
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