Um estudo realizado por pesquisadores nos EUA, mostrou que as pessoas que sofrem de transtorno bipolar, uma doença mental que provoca mudanças extremas de humor, têm um risco muito maior de morrer cedo do que as pessoas que não têm a condição.
Os resultados, publicados na revista Psychiatry Research, indicam que as pessoas com transtorno bipolar têm quatro a seis vezes mais chances de morrer prematuramente do que as pessoas sem a doença. Em comparação, as pessoas que já fumaram têm cerca de duas vezes mais chances de morrer cedo do que as que nunca fumaram, independentemente de terem ou não transtorno bipolar.
O estudo analisou dados de mais de mil pessoas que participaram de um estudo de longo prazo sobre o transtorno bipolar, iniciado em 2006. Entre elas, 847 tinham a doença e 281 não tinham. Os pesquisadores acompanharam as mortes ocorridas entre os participantes até 2020 e encontraram 56 óbitos, sendo 54 entre as pessoas com transtorno bipolar e apenas 2 entre as pessoas sem a doença.
Os autores do estudo afirmam que o transtorno bipolar é um fator de risco para a mortalidade, mas que muitas vezes é ignorado ou subestimado em relação a outras causas comuns de morte, como doenças cardíacas, câncer ou acidentes. Eles defendem que sejam feitos mais esforços para prevenir as mortes precoces entre as pessoas com transtorno bipolar, como melhorar o diagnóstico, o tratamento e o acompanhamento desses pacientes.
O transtorno bipolar é uma doença que afeta cerca de 60 milhões de pessoas em todo o mundo, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). É uma das principais causas de incapacidade e pode prejudicar a qualidade de vida das pessoas que sofrem com ele. Além dos sintomas psicológicos, como mania, depressão, ansiedade e irritabilidade, o transtorno bipolar também pode estar associado a problemas físicos, como doenças cardiovasculares, diabetes e obesidade.
O tratamento do transtorno bipolar geralmente envolve uma combinação de medicamentos e psicoterapia, mas muitas pessoas não recebem o cuidado adequado devido ao estigma, à falta de recursos ou ao diagnóstico incorreto. Os pesquisadores esperam que o estudo ajude a conscientizar sobre a gravidade do transtorno bipolar e a necessidade de oferecer um suporte integral e efetivo às pessoas que vivem com ele.
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