Um estudo realizado por pesquisadores do King’s College London revelou que pessoas que sofrem de COVID-19 de longa duração, ou seja, que apresentam sintomas persistentes da doença por mais de 12 semanas, podem ter sua função cerebral prejudicada por até dois anos após a infecção pelo vírus.
O estudo foi publicado na revista The Lancet e envolveu mais de 80 mil pessoas que participaram do aplicativo COVID Symptom Study.
Os pesquisadores aplicaram testes cognitivos online que avaliavam diferentes aspectos da função mental, como memória, atenção, raciocínio e velocidade de processamento. Os testes foram realizados duas vezes, com nove meses de intervalo, entre maio de 2020 e fevereiro de 2021. Os participantes foram divididos em quatro grupos: aqueles que não tiveram COVID-19, aqueles que tiveram COVID-19 e se sentiram totalmente recuperados, aqueles que tiveram COVID-19 e apresentaram sintomas leves ou moderados por até 12 semanas e aqueles que tiveram COVID-19 e apresentaram sintomas graves ou prolongados por mais de 12 semanas.
Os resultados mostraram que os participantes que tiveram COVID-19 de longa duração apresentaram desempenho reduzido em todos os testes cognitivos em comparação com os demais grupos. Essas pessoas também não apresentaram melhora significativa nos testes entre as duas rodadas de avaliação, indicando uma persistência dos problemas cognitivos. Além disso, os pesquisadores observaram que os participantes que tiveram COVID-19 de longa duração relataram mais sintomas neurológicos e psiquiátricos, como confusão mental, ansiedade e depressão.
Os pesquisadores ressaltam que o estudo tem limitações, como o fato de não terem acesso aos dados clínicos dos participantes, o que poderia influenciar nos resultados. Eles também destacam que os testes cognitivos online não substituem as avaliações neuropsicológicas presenciais, que são mais precisas e abrangentes. No entanto, eles afirmam que o estudo é o maior e mais longo do tipo já realizado e que fornece evidências de que a COVID-19 pode ter um impacto duradouro na função cerebral de algumas pessoas.
Os autores do estudo defendem a necessidade de acompanhar as pessoas que sofrem de COVID-19 de longa duração e oferecer apoio para a recuperação. Eles também sugerem que sejam realizadas mais pesquisas para entender os mecanismos pelos quais o vírus afeta o cérebro e quais são os fatores de risco para desenvolver problemas cognitivos após a infecção. Eles esperam que seus achados contribuam para aumentar a conscientização sobre as consequências da COVID-19 de longa duração e para melhorar o cuidado com as pessoas afetadas pela doença.
Fonte: Link.
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