Um estudo da Universidade de Leicester descobriu que a tuberculose pode afetar o funcionamento do fígado e, como consequência, aumentar o risco de diabetes.
Os cientistas já sabiam que o diabetes piora os sintomas da tuberculose, mas agora perceberam que a tuberculose, quando não é diagnosticada, pode contribuir para o desenvolvimento de diabetes. A tuberculose é uma infecção causada por bactérias que se espalha pelo ar e afeta principalmente os pulmões. É uma das doenças infecciosas mais mortais do mundo, matando mais de 4.000 pessoas por dia.
Atualmente, existe apenas uma vacina contra a tuberculose, que é dada principalmente a bebês e crianças pequenas, mas os cientistas estão trabalhando para criar vacinas melhores. Eles estão estudando, por exemplo, como a tuberculose que não apresenta sintomas claros pode impactar a saúde. Segundo os pesquisadores, essa nova descoberta pode ajudar a entender como a resposta do corpo à infecção muda o funcionamento do fígado, o que poderia levar à criação de novos tratamentos.
A professora Andrea Cooper, uma das autoras do estudo, explicou que essa pesquisa muda o foco: antes pensava-se apenas que o diabetes piorava a tuberculose, mas agora eles acreditam que a tuberculose, especialmente quando não é diagnosticada cedo, pode causar problemas no controle do açúcar no sangue, facilitando o surgimento do diabetes em pessoas vulneráveis. Como o diabetes dificulta o tratamento da tuberculose, a professora também sugere que se inclua uma avaliação do metabolismo ao testar novos remédios ou vacinas contra a tuberculose.
O estudo usou modelos de laboratório para ver como o fígado é afetado nas fases iniciais da infecção. Eles descobriram que a resposta imunológica altera o processamento da glicose no fígado. Depois, ao analisar dados de humanos, confirmaram que o mesmo acontece quando as pessoas passam de uma infecção latente (quando o corpo tem o vírus, mas sem sintomas) para tuberculose ativa. O próximo passo dos pesquisadores é entender melhor como a resposta do corpo à tuberculose altera o funcionamento do fígado para, quem sabe, desenvolver novas formas de tratamento.