A poliomielite é uma doença grave que afeta principalmente crianças menores de cinco anos. Ela é causada por um vírus que invade o sistema nervoso e pode causar paralisia e até mesmo a morte.
Embora não exista cura para a poliomielite, ela pode ser prevenida por meio da vacinação.
Desde 1988, quando a Iniciativa Global de Erradicação da Pólio (GPEI) foi lançada, o número de casos de poliomielite caiu em mais de 99%, de cerca de 350 mil por ano para apenas 33 em 2018. No entanto, a erradicação completa da doença ainda enfrenta vários desafios, entre eles o risco de que a própria vacinação cause novos surtos da doença.
Isso acontece porque a vacina oral viva atenuada (OPV), que é a mais usada no mundo, contém uma forma enfraquecida do vírus da poliomielite. Embora essa vacina seja segura, barata e fácil de administrar, ela pode reverter para uma forma virulenta e causar poliomielite derivada da vacina (VDPV) em pessoas não imunizadas ou com baixa imunidade. Além disso, o vírus da OPV pode ser excretado nas fezes dos vacinados e se espalhar no meio ambiente, infectando outras pessoas.
Segundo um artigo publicado na revista The Lancet, a OPV foi responsável por 96% dos casos de poliomielite registrados em 2019. Por isso, os autores do artigo defendem que é necessário reduzir o uso da OPV e aumentar o uso da vacina inativada injetável (IPV), que é feita com o vírus morto e não pode causar VDPV. No entanto, a IPV é mais cara e mais difícil de administrar do que a OPV, o que requer recursos financeiros e logísticos adicionais.
Além da transição gradual da OPV para a IPV, o artigo também recomenda outras medidas para evitar que a vacinação cause poliomielite em nome da sua erradicação. Entre elas estão:
- Fortalecer a vigilância epidemiológica para detectar rapidamente os casos de VDPV e monitorar a circulação do vírus da OPV no ambiente.
- Melhorar a resposta aos surtos de VDPV, usando estratégias diferenciadas de acordo com o tipo e a extensão do surto.
- Aumentar a conscientização e a aceitação da vacinação nas comunidades afetadas pela poliomielite, combatendo a desinformação e a resistência à imunização.
A erradicação da poliomielite é um objetivo nobre e possível, mas requer cuidado e responsabilidade. A vacinação é uma ferramenta poderosa para prevenir a doença, mas também pode causar danos se não for usada adequadamente. Por isso, é preciso garantir que as vacinas sejam seguras, eficazes e acessíveis para todos.
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