A MPOX é uma doença é originária da África, mas em maio de 2022, casos começaram a aparecer no Reino Unido e na Europa, incluindo os Estados Unidos, México e Brasil.
O surto internacional de mpox resultou em mais de 87 mil casos confirmados no mundo todo, com cerca de 140 óbitos. No entanto, devido às estratégias implementadas para prevenir a doença, o número de casos caiu drasticamente, e agora a doença já não é mais uma situação de emergência de saúde pública global.
O infectologista Alexandre Naimer Barbosa, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Infectologia, explica que a declaração de emergência de doença de interesse de emergência em saúde pública é importante porque, quando é feita, os recursos são mais fáceis de serem alocados para exames diagnósticos, tratamento e prevenção da doença.
No caso da mpox, o Brasil é o segundo país com mais óbitos por conta do surto internacional da doença. Além disso, a existência de um estado de emergência e saúde pública permite que os recursos sejam alocados de forma mais eficiente, e a população fica mais ciente da gravidade da doença.
O apresentador do vídeo pergunta ao infectologista se as medidas de segurança sanitária tomadas durante a pandemia de COVID-19 ajudaram a conter a mpox. Naimer responde que sim, pois a comunidade científica global, assim como as autoridades de saúde de diversos países, estavam mais integradas e prontas para realizar o diagnóstico da doença, já que a metodologia para detectar o vírus é a mesma do teste PCR de biologia molecular usado para a COVID-19. Além disso, a hipertrofia dos laboratórios de biologia molecular durante a pandemia serviu para a realização de testes para outras doenças, como a mpox.
O infectologista ressalta a importância da vigilância epidemiológica e em termos de biologia molecular para detectar possíveis casos da mpox e outras doenças emergentes. Ele destaca que várias doenças possivelmente emergentes surgem ciclicamente, fazendo parte da história natural da evolução humana. Dessa forma, é importante que os países mantenham cooperação em relação à vigilância epidemiológica dos casos e que façam a detecção dessas possíveis síndromes usando a metodologia de biologia molecular.
Por fim, o infectologista conclui que a pandemia de COVID-19 trouxe importantes lições em relação à prevenção de doenças emergentes, incluindo a necessidade de manter a vigilância epidemiológica e a cooperação entre países, bem como a importância dos laboratórios de biologia molecular para a detecção de doenças.