A conservadora Coalizão Liberal/Nacional, liderada pelo primeiro-ministro Scott Morrison, venceu as eleições gerais deste sábado (18) na Austrália, contrariando as pesquisas de intenção de voto. Segundo a Comissão Eleitoral Australiana, com pouco mais de dois terços dos votos contados, a coalizão tinha 73 assentos, contra 67 do Partido Trabalhista, o favorito nas enquetes.
Animados pelo otimismo que lhes davam as pesquisas das últimas semanas, em campanha ancorada na proteção do clima, e após um começo promissor das apurações, os trabalhistas liderados por Bill Shorten tiveram que abrir mão de sua esperança a partir do voto decisivo dos eleitores do estado de Queensland.
Assim, o grupo liderado por Morrison parte para um terceiro mandato de três anos. O político, de 51 anos, do Partido Liberal, de centro-direita, assumiu em agosto último, depois que a ala linha dura da legenda fez cair o mais moderado Malcolm Turnbull. Morrison parecia fadado a ter o mandato mais breve da história australiana, mas conseguiu virar a mesa com uma intensa campanha negativa e o apoio da maior organização de mídia do país, de propriedade do magnata do setor Rupert Murdoch.
Ainda não está claro se os conservadores governarão sozinhos: para isso precisam conseguir pelo menos 76 dos 151 assentos na Câmara dos Deputados, e o resultado final depende da contagem de mais de 4,7 milhões de votos postais, que ainda podem definir a distribuição dos últimos mandatos.
Cerca de 16 milhões de australianos estavam convocados a eleger os 151 deputados da Câmara, entre 1.056 candidatos, assim como 40 dos 70 senadores que servem durante um período de seis anos, entre 458 candidatos.
A Comissão Eleitoral Australiana estabeleceu 90 centros de votação no exterior, assim como outros 500 dentro do país para receber, nos dias anteriores, os votos de mais de 4 milhões de australianos que não puderam ir às urnas hoje.