A votação da reforma da previdência na Comissão Especial da Câmara ainda depende de acordo entre os partidos. Lideranças pedem mudanças no parecer do relator, Samuel Moreira, do PSDB, que tem passado os dias se reunindo com parlamentares.
Diante das negociações, o presidente da comissão, Marcelo Ramos, afirma que não pode definir uma data para votar a reforma.
O presidente da Câmara, Rodrigo Maia, defendia que a votação na comissão fosse esta semana, mas já admite que pode ser adiada para a próxima segunda-feira (1º/7).
O líder da maioria na Casa, deputado Aguinaldo Ribeiro, do PP, defende que o relator acate as sugestões da maioria para evitar votações muito longas, com muitos destaques na pauta.
Cerca de 40 destaques já foram apresentados na comissão para alterar o parecer. O maior bloco da Câmara – do PP, PTB e MDB – com 85 deputados, apresentou destaque para manter o atual cálculo da aposentadoria.
A regra, hoje, usa a média de 80% dos salários mais altos desde 1994 para calcular o benefício. Já o texto da reforma prevê que esse cálculo seja feito em cima da média de 100% dos salários, incluindo os de menor remuneração, o que acaba reduzindo o valor final do benefício.
O líder do governo na Câmara, deputado Vitor Hugo, diz que o governo será contra esse destaque e outros que tragam perdas para a economia prevista com as mudanças.
Outro destaque apresentado foi o do partido Novo, que busca retirar do texto o aumento do imposto sobre o lucro de bancos, incluído pelo relator para aumentar a receita gerada pela reforma.
Já a oposição ainda não apresentou os destaques a que tem direito. Após reunião com centrais sindicais nesta terça-feira (25), os líderes da oposição reforçaram a estratégia de obstruir a votação para levar a reforma para o segundo semestre do ano.