O relator da Reforma Tributária na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), deputado federal João Roma (PRB-BA), disse estar confiante de que a matéria será votada no plenário da Câmara no início do segundo semestre. Ele alertou que o Congresso também precisa aprovar a reforma da Previdência para atender às demandas da população. “A melhor política social é uma boa economia. Não há nenhum programa político de compensação que possa gerar para uma pessoa algo melhor do que a dignidade de um emprego, do que gerar seu sustento e poder se desenvolver”.
Em entrevista à jornalista Roseann Kennedy no programa Impressões, que vai ao ar hoje (4) às 23h na TV Brasil, o deputado destacou que é um político de ideário liberal, por acreditar que essa é a melhor forma de ordenamento e defesa da democracia. “Entre a política de esquerda e de direita, eu fico contra a demagogia e o populismo. Então, acho que a política liberal é vacina a esse tipo de coisa. Demagogia e populismo são o veneno de qualquer nação”.
Além da relatoria da reforma tributária, João Roma presidiu a comissão mista da Medida Provisória da Reforma Administrativa e avaliou que o texto final foi uma solução proveitosa. Ele disse que foi importante não deixar a MP perder a validade, pois isso incharia a máquina com a recriação de ministérios. “Surgiu uma queda de braço entre instituições, na questão do Coaf [Conselho de Controle de Atividades Financeiras]. Mas o âmago da questão era criar ferramentas para o Governo Federal funcionar de forma mais eficaz. Então, foi muito positivo a MP não ter caído”, considerou.
Deputado jovem e de primeiro mandato, João Roma admitiu que assumir postos de destaque já no início da legislatura gerou ciúmes entre os pares, mas considerou a situação natural. “São 513 deputados. Eu mesmo estava com muita ansiedade nessa estreia, porque você fica com receio de sumir na imensidão de assuntos, de tanta coisa que ocorre aqui dentro. É natural que exista uma certa competitividade por espaço aqui dentro”, ponderou.
O parlamentar também confessou que, por vezes, é angustiante tomar uma decisão, mas parafraseou o ex-presidente dos Estados Unidos, Franklin Roosevelt: “Não sei o caminho para o sucesso, mas o do insucesso certamente é querer agradar a todos”. Para dar respostas à população, segundo ele, é preciso passar por novas concepções da política brasileira. “Não é política velha ou nova. Eu tenho dito: política é política”, resumiu.
Na entrevista à TV Brasil, João Roma falou ainda de sua trajetória política, do orgulho de ser descendente direto do Padre Roma, um dos líderes da revolução Pernambucana de 1817, e da sua relação com Salvador, cidade onde mora desde 2002.
Edição: Paula Laboissière